A literacia Braille na idade pré-escolar

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O Braille é um sistema que permite aos cegos ler e escrever. O método recebeu esse nome em homenagem a seu inventor, o francês Louis Braille.

Para que uma criança com deficiência da visão tenha um processo adequado de aprendizagem do Braille, em primeiro lugar deve contar com um profissional que o ensine de acordo com as suas necessidades e potencialidades.

A criação de contextos de literacia Braille emergente em idade pré-escolar é imprescindível para o desenvolvimento e aprendizagem da criança cega.

O tato ativo, ou sistema háptico, é o mais importante sistema sensorial de que a pessoa com cegueira dispõe para conseguir conhecer o mundo, por isso, é essencial provocar a estimulação sensório-percetual do tato, através do envolvimento precoce da criança em atividades de exploração e manipulação das características físicas dos objetos, nomeadamente das diferentes formas, tamanhos e texturas.

Assim, na idade precoce, as atividades de literacia braille emergente têm que contemplar uma componente motivacional e cativante, numa contínua e persistente descoberta da linguagem escrita e oral. Durante os anos que antecedem a escola, a base da literacia é construída à medida que a criança desenvolve atitudes positivas e isso inclui o desejo de ler e a crença de que o consegue fazer. Neste sentido, é da maior importância o desenvolvimento precoce do toque háptico e de competências de preparação para a aprendizagem do braille nos diversos contextos da criança. Famílias e profissionais têm, neste âmbito, um papel preponderante no desenvolvimento da leitura e da escrita. É fundamental implementar estratégias com vista à promoção da curiosidade e do prazer pelo toque e à criação de ambientes de literacia nos contextos naturais. Assim, é importante facilitar atitudes positivas face ao braille, indo ao encontro dos interesses da criança; respeitando a sua forma de percecionar o mundo e selecionando atividades de caráter lúdico.

Saliento duas ideias inspiradoras: que brincar à leitura é fazer do braille uma brincadeira que gera felicidade; e que os pontos braille são sementes de luz levados ao cérebro pelos dedos, para a germinação do saber. Porque o braille é promotor da inclusão, e nunca o contrário!

Em conclusão, o caminho para a alfabetização é desafiante e deverá assentar em alicerces bem construídos, que dotem a criança das competências essenciais tidas como pré-requisitos necessários para o sucesso na leitura e na escrita.


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