Na Escola Secundária de Maximinos, em Braga, as suas turmas selecionadas para desenvolver o projeto EDA 50 (do 10.º e 12.ºanos, do Curso de Humanidades) acolheram com imenso agrado e salutar curiosidade o projeto que celebrará os 50 anos da existência do nosso país em Democracia.
Inicialmente, os alunos selecionaram com entusiasmo e curiosidade a temática da Educação/Ensino, pretendendo-se investigar, selecionar informação, ouvir testemunhos e comparar e concluir sobre o passado e o presente, na perspetiva de alunos e de jovens cidadãos.
De forma a motivá-los, numa fase prévia, participaram ativamente numa sessão do Clube Bibliotecas Humanas, dinamizada na escola: uma conversa informal com dois ex docentes do Agrupamento que, em modo de conversa e de partilha de proximidade, puderam relembrar as suas experiências enquanto alunos nos anos anteriores a 1974, desde o 1.ºciclo ao ensino secundário, o então Liceu. As questões foram inúmeras, escutar foi uma descoberta, as reações dos alunos perante uma passado não tão distante foram surpreendentes!
Escolhidos os subtemas e os grupos de pesquisas, com o apoio das docentes de História e de Português, e sob a supervisão do Diretor do Agrupamento, foram formuladas as entrevistas a aplicar aos familiares escolhidos: a idade, a experiência rica, a capacidade/fluidez comunicativas, a disponibilidade e o agrado foram alguns dos critérios
de seleção. E as entrevistas foram realizadas, registadas em vídeo e áudio, integral e corretamente transcritas. A partir daí, uma das fases mais ricas: deduzir, concluir, interpretar essa riquíssima informação vivencial, socialmente contextualizada na família e na respetiva região do entrevistado. Os alunos encontram-se, agora, numa fase final de edição de imagem e de interpretação de dados, com base em bibliografia histórica de referência.
Paralelamente, a pesquisa de materiais que ilustrem as vivências educacionais (na escola e em família), que ilustrem a época (brinquedos, materiais, fotografias, objetos de sala de aula...), tem sido uma descoberta gratificante para os alunos, aproximando gerações e despertando o diálogo, nem sempre possível ou profícuo. Mais que o conhecimento, nos diálogos ou nas conversas, descobrem-se e intensificam-se os afetos, as memórias que reavivam afetos.
A vontade de futuramente, no fim deste projeto, deixar o seu trabalho à sua escola e ao seu país tem sido uma suprema motivação.
Professoras Idalina Pereira e Maria Dores Pereira